Acho que sequei. Será meu Deus? Depois de tanto tempo devo ter chegado a um estado que pouca coisa interessa na minha vida que não seja meu bem estar. Será que para isso eu tinha que ter secado? Ou será que, na verdade, eu não sequei e apenas voltei todo aquele sentimento, toda aquela vontade, toda aquela paixão para mim mesmo? Nossa! É muito narcisismo. E eu que tanto criticava esse tipo de comportamento... É a vida! Muitas mudanças, muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. São tantos caminhos, tantas estradas, tantas oportunidades e eu enxergando apenas uma: Diogo. Sim, eu mesmo... Ahhh espelho danado, você parece que mexeu comigo mesmo. Às vezes não queria me tornar nisso que me vejo todos os dias ao amanhecer, ao dormir, todas as inúmeras oportunidades que eu cruzo com meu reflexo. Seja em casa, no trabalho, no ônibus, no shopping... Em qualquer lugar que eu me enxergo, fixo meus olhos em meus olhos e penso: “É... está bom assim. Por enquanto!” Sabe o que eu tenho feito todos esses dias azuis, ou cinzas, ou alaranjados, ou tudo junto? Tenho me dedicado exclusivamente a mim. A sorrir, mesmo com tanto ferro na boca... A pensar que esse estágio é o melhor caminho para mim. Já disse outras vezes e repito: “Não consigo me entregar assim, de repente”. Mas parece que eu fugi desse lema e me entreguei tão rapidamente quanto a terra seca se entrega à chuva e absorve tudo o que pode. Cada dia mais tenho sugado mais de mim e, às vezes, fico extenuado. Quantos por aí não devem pensar que isso é apenas um escudo? Muitos. Mas amigo, eu tenho 27 anos. Pode parecer pouco para quem já tem 50 e pode parecer muito para quem iniciou seus 20 anos, mas é a medida exata para mim. Depois de tantas experiências, de tantas frustrações que me impedem de enxergar as coisas boas pelas quais passei, me recolhi como um passarinho no fim de tarde. Só que a minha noite não parece ter fim.
Di, 31 de agosto de 2011 – 22h07
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